O que estão achando do nosso blog? Esperamos, de coração, que vocês estejam gostando e tendo ele como fonte de ensinamentos e de uma perspectiva nova de vida, com todos os depoimentos que estamos mostrando aqui.
Bom, dando prosseguimento aos nossos relatos, aqui vai mais um:
"Não sei ao certo se o que passei chegou a ser bullying. Mas, vou contar porque foi algo que me feriu muito e ainda deixa marcas na minha vida.
Eu ouvia de todo mundo que meu cabelo era lindo e parecia de anjo, mas para ser sincera, eu não estava muito satisfeita com ele. Eu queria alisar ele, afinal, na minha sala algumas meninas que tinham cabelo cacheado tinham alisado e qual era o problema de alisar o meu também? Eu era muito teimosa, e falei com minha mãe, que, só me deixou alisar meu cabelo quando eu tinha 11 anos.
Até ai "tudo bem".
Depois que o alisamento começou a sair e a raiz mudou de textura, eu ouvi uma pessoa me dizer "nossa, seu cabelo está pior que o meu, tá parecendo palha".
Outra vez me perguntaram se meu cabelo era "impermeável".
E teve um dia, que me magoou demais, que umas pessoas muito próximas a mim, soltaram meu cabelo, bagunçaram ele todo, e tiraram fotos, zoando, falando sobre o quão o meu cabelo era volumoso, sobre o tanto de cabelo que eu tinha, entre outras coisas que no momento eu não me lembro exatamente... isso talvez tenha sido uma das coisas que mais me magoaram, porque, as palavras que vieram de pessoas que eu tanto gostava, me lembraram de outras pessoas que me magoaram demais. E eram coisas que por si só já me deixaram triste.
Já pegaram meu cabelo, na onde estava crespo, olharam com uma cara de desprezo, riram de mim e para variar, compararam ele com palha.
Já ouvi comparações com leão, com palha seca, "bombril"... tudo isso acontecia, desde o 6° ano, até o 9° ano, pelo menos uma vez por semana. E de tanto ouvir, eu tinha começado a me zoar, porque eu já não tinha pra onde correr.
Até que um dia, cheguei para as pessoas que me zoavam, (e que inclusive, eram bem próximas a mim) e falei como eu me sentia. Disse o quanto isso me magoava. Expliquei, inclusive, que era preconceituoso aquilo. E, graças a Deus, essas pessoas me ouviram e passaram a se policiar, e todas as vezes que esqueciam e falavam algo que me magoava, elas me pediam desculpas. Hoje, tenho amizade com a maioria. Fico feliz de terem me ouvido. E, inclusive, hoje me motivam a usar meu cabelo natural solto. (Esqueci de mencionar que parei com o alisamento). Mas, por enquanto ainda não consigo andar com ele solto na escola, ou em qualquer outro lugar. Só consigo usar solto em casa e nas fotos. O que quero ressaltar aqui é que: eu já tinha um problema com meu cabelo antes, e com esse preconceito que passei, isso ficou ainda pior. E carrega "sequelas" em mim até hoje. Não sei de onde veio a raiz do meu problema, mas tenho um palpite: a mídia, que desde a minha infância me fez acreditar que meu cabelo cacheado (e hoje crespo/cacheado) era inferior. Tudo isso provavelmente vem do racismo, porque, cabelo crespo e volumoso é mais comum em gente negra, e por causa do padrão europeu de cabelo liso, o meu tipo de cabelo era o ruim. Mas, para você que está lendo isso aqui: não existe cabelo melhor ou pior. O que existe são pessoas diferentes, com características e cabelos diferentes. Todos são únicos e lindos, justamente por serem diferentes.
Hoje vejo o meu cabelo como a minha identidade. Só preciso superar de vez de tudo isso que passei e me assumir como o leãozinho que sou! Afinal, meu cabelo faz parte de mim. E eu, dele."
Garotada amei esse blog vcs estão de parabéns é muito triste ler td isso mais infelizmente é uma realidade ainda existem pessoas horríveis só peço a Deus que sempre guie vcs bjs
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